A origem das principais lendas do folclore brasileiro

Vinicius Pestana

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Saci Pererê, uma das principais lendas do folclore brasileiro

O folclore é uma das formas mais ricas e populares de propagar a cultura de um povo ou região. E com o folclore brasileiro, não é diferente: além de ter origens pelos mais diversos estados do país, ele ainda é um dos mais amplos e diversos do mundo. Nesse post, vamos te contar um pouco sobre a origem das principais lendas do folclore brasileiro. Vamos começar?

Negrinho do Pastoreio

A origem dessa lenda, que passa uma mensagem contra a escravidão, data do século 19, no Rio Grande do Sul. Segundo conta a lenda, um menino escravo, afilhado da Virgem Maria, acabou perdendo um dos cavalos do rebanho de um fazendeiro. Por isso, o fazendeiro castigou o menino com brutalidade – tanto que ele acabou morrendo. Desde então, o espírito do Negrinho do Pastoreio corre pelos campos e ajuda aqueles que rezam para ele a encontrar objetos perdidos.

Saci Pererê

Com sua origem datada do final do século 18 e início do século 19, essa lenda não tem origem em um estado específico, sendo conhecida em todo o Brasil. A estória do Saci faz dele quase um duende brasileiro. Fisicamente, o Saci se parece com um garoto, porém, ele tem apenas uma perna, fuma um cachimbo e usa um gorro vermelho.

Conhecido por ser travesso a pregar peças nas pessoas, o Saci tem o poder de desaparecer e aparecer quando e onde quiser, e também de viajar dentro de redemoinhos de vento. A lenda ainda conta que quem consegue capturar um Saci pode ter um desejo atendido por ele.

Curupira

Conhecido em todo o Brasil, o curupira é tido como o espírito da natureza, defendendo as matas e os animais. Na maioria das lendas, ele possui a aparência de um menino, exceto por seu cabelo vermelho e seus pés, que são virados para trás para enganar os caçadores. Justamente por isso, seu nome tem origem nas palavras “curu”, que é uma contração de “curumim”, que significa “menino”, e “pira”, que quer dizer corpo.

A origem dessa lenda vem de um mito antigo, do século 16. Segundo essa estória, havia demônios que habitavam as matas e que atacavam os indígenas de Piratininga, no interior de São Paulo.

Boitatá

Essa é uma das primeiras lendas indígenas a serem documentadas pelos colonizadores europeus. Boitatá é um nome de origem indígena que significa “cobra de fogo”, e fala de uma serpente gigantesca com olhos de fogo e couro transparente que cega ou deixa louco quem cruza o seu caminho.

Embora a origem desse mito não seja ainda clara – alguns dizem que ele é uma assombração, outros que é uma entidade que protege as florestas – o Boitatá é um dos folclores mais conhecidos do nosso país.

Mula sem cabeça

Característica das regiões sudeste e nordeste, a lenda da Mula Sem Cabeça tem origem na península Ibérica, sendo uma herança das estórias contadas pelos colonizadores portugueses. A estória fala de uma mula com chamas no lugar da cabeça, que aparece nas noites de quinta para sexta-feira aterrorizando cidades do interior. Essa mula seria uma mulher que acabou se relacionando com um padre, e que por esse pecado foi amaldiçoada a se transformar na Mula Sem Cabeça todas as noites.

Cuca

Quem nunca ouviu uma canção de ninar que fala sobre a Cuca? Essa versão brasileira do bicho-papão é mais conhecida na região Sudeste do país, onde a lenda fala de um monstro que rapta as crianças que se recusam a dormir. O nome “Cuca”, segundo folcloristas, pode ter origem como designação a uma coruja, animal noturno e com fama de ser agourento. A aparência que hoje nós temos como sendo característica da Cuca – um jacaré que dorme uma noite a cada sete anos – foi elaborada por Monteiro Lobato, grande autor brasileiro.

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